sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

O que você pode fazer no Computador do Trabalho

O que você pode fazer no computador do trabalho?
Apesar de passarmos a maior parte do nosso tempo no ambiente corporativo, o comportamento e o uso de equipamentos de trabalho inclusive do computador devem seguir uma linha profissional. Atualmente o Computador e a Internet são ferramentas para auxiliar no trabalho do funcionário, por isso, a instituição pode vigiar este uso, desde que o empregado esteja ciente disso, com a definição e divulgação das políticas de uso e da segurança.

As tecnologias fazem parte do mundo corporativo, não se concebe mais os processos sem as ferramentas tecnológicas para suportá-los. A partir desse uso intensivo das tecnologias e principalmente das redes, em particular da internet, deu-se origem a um novo termo: "netiqueta", um código de comportamento exclusivo para relacionamentos na rede.

Os motivos que as corporações alegam para monitorar o uso dos equipamentos e ferramentas é manter a produtividade dos empregados e impedir a contaminação por vírus ou o roubo de arquivos e informações confidenciais. "As empresas se preocupam muito também com pirataria, direito autoral, pornografia e pedofilia", esclarece a advogada especialista em direito digital, Patrícia Peck.

Não é permitido gravar músicas, filmes e fotos pessoais no computador de uso corporativo. Eles podem trazer vírus ou deixar a máquina lenta por excesso de arquivos pesados. Recomenda-se evitar o uso particular dos equipamentos de uso corporativo. Caso você precise mandar uma mensagem, use o e-mail pessoal ou os horários permitidos pela empresa. Caso você queira manter sua privacidade, recomenda-se não deixar documentos e arquivos pessoais no computador da empresa, nem no e-mail corporativo, pois estes, por direito, pertencem à empresa e não ao funcionário.

As Instituições costumam monitorar a navegação na Internet de seus funcionários para inibir o uso abusivo e monitorar a produtividade. Geralmente as Políticas de uso adequado impõem restrições de navegação, usando softwares específicos para bloquear conteúdos indevidos.

A jurisprudência no Brasil já indica que as empresas podem monitorar os sites e comunicadores instantâneos (e usar isso como prova para demissão) desde que o funcionário esteja ciente, por meio da divulgação de regulamentos internos ou códigos de conduta.

O motivo principal para vigiar a navegação é exatamente a distração que a Internet proporciona. Sites de relacionamento virtual e vídeos na Web estão entre as principais páginas bloqueadas já no servidor da empresa.

Uso de emails
A explosão do uso do e-mail talvez tenha sido a mudança mais drástica dos últimos tempos no que diz respeito à comunicação no mundo corporativo.
Apesar de todas as opções de ferramentas de comunicação hoje disponíveis por conta do avanço tecnológico, o email é uma das mais importantes no ambiente de trabalho. Atualmente mandamos email para tudo no trabalho e na vida pessoal, inclusive para o colega que está ao nosso lado. Às vezes fazemos isto para formalizar a comunicação ou registrar algum assunto que não pode ser esquecido ou mal interpretado
Também para o uso de emails temos algumas regras de etiqueta tanto para o uso no mundo corporativo como para a vida pessoal.
A seguir escolhemos as regras mais básicas e que vão melhorar a sua imagem diante dos seus interlocutores.
1. Procure usar uma linguagem direta, clara e objetiva, seja conciso, vá direto ao ponto, porém tenha cuidado com a brevidade, para que não faltem informações essenciais
2. Usem no cabeçalho saudações tais como; "caro fulano", "bom dia", prezado, ou coisa que o valha. Na despedida, prefira expressões como "atenciosamente" ou "um abraço". Não se esqueça de, no final, assinar seu nome completo, cargo e nome da empresa.
3. Use a gramática adequada e pontuação correta
4. Evite o uso de cores e fontes diferenciadas e evite os pontos de exclamação, cifrões e afins
5. Digitar todas as letras maiúsculas é sinônimo de gritaria no universo eletrônico. Assim como, digitar todas as letras minúsculas, remete ao excesso de informalidade. Portanto escreva corretamente usando maiúsculas e minúsculas quando a gramática assim o indicar.
6. Não deixe visível a lista de pessoas para as quais você está remetendo o e-mail.
7. Não anexe arquivos desnecessários
8. Não abuse da opção de alta prioridade que algumas ferramentas de correio eletrônico tornam disponível para os seus usuários, para que não perca a importância.
9. NUNCA escreva em caixa alta
10. Responda no próprio email recebido para que o histórico fique anexo
11. Leia o email antes de enviá-lo. Depois leia novamente e aplique um corretor ortográfico
12. Não abuse da opção “Responder a todos” para não gerar spams desnecessários, responda somente para os que interessam receber a resposta
13. Cuidado com abreviações e emoticons principalmente nos emails de trabalho
14. Não copie uma mensagem ou anexo sem permissão
15. Não abuse do URGENTE e IMPORTANTE para não cair em descrédito
16. Não discuta assunto confidencial por email
17. Utilize um assunto (subject) que tenha sentido com o conteúdo do e-mail
18. Evite longas sentenças
Formação do Endereço Eletrônico
As Instituições devem ter regras e leis de formação dos endereços eletrônicos dos seus funcionários, caso isto não ocorra, na hora da formação do seu endereço eletrônico procure usar o seu nome e sobrenome, usando sempre o nome pelo qual você é mais conhecido no ambiente corporativo.
Quando da criação do seu e-mail pessoal, nos provedores gratuitos ou não, também evite o uso de apelidos ou codinomes, pois um dia você precisará usá-lo para fins de trabalho e poderá cair no ridículo, por exemplo: o professor pediu o e-mail da aluna para lhe passar o resultado da disciplina, e a mesma anotou: ninfetinhabela@hotmail.com .
“Foi constatado que as pessoas tendem a prejulgar a personalidade de uma pessoa pelo endereço de email. Ou seja, se uma pessoa tem um email drograboa@qquercoisa.com.br, ela poderá ser julgada como alguém que é viciado em drogas e ser descartado em um processo seletivo por exemplo.”
O e-mail fornecido pela empresa aos funcionários é uma ferramenta de trabalho, pertencente à instituição. Por isso, ela pode exercer total controle sobre o e-mail, sendo inclusive responsabilizada pelo conteúdo transmitido, em caso de envio de materiais ilegais.

Assim, não há invasão de privacidade ou violação de correspondência no monitoramento dos e-mails cedidos pela empresa, já que eles não devem ser utilizados para fins particulares. Apesar disso, há um consenso geral de que o uso pessoal moderado e que respeite "a moral e os bons costumes" pode ser permitido.
Segundo a advogada especialista em direito digital Patrícia Peck, o e-mail com o "@nome da empresa" é como um papel timbrado digital e seu mau uso podem acarretar demissão por justa causa. "A empresa deve deixar claro quais posturas espera na utilização do e-mail corporativo. E as normas valem também para terceirizados e colaboradores que possuem e-mail com o nome da empresa".

O monitoramento dos e-mails, via de regra, é feito de maneira esporádica por amostragem ou quando há suspeita de uso abusivo. Normalmente, os registros ficam guardados por um ano. O mau trato de clientes, envio de spam e pornografia, assédio sexual, discriminação e divulgação de dados sigilosos da empresa são os motivos mais comuns para a vigilância.

Comunicadores instantâneos

O comunicador pode ser uma ferramenta de trabalho. Porém, há quem use o instrumento como forma de lazer apenas, prejudicando dessa forma a produtividade, podendo as empresas monitorar o conteúdo gerado nos comunicadores instantâneos, desde que o funcionário esteja ciente disso. As regras de uso a serem observadas, são as mesmas dos emails.
As grandes empresas que tem equipe de TI e ferramentas de bloqueio, não permitem o uso de mensageiros instantâneos. O MSN, por exemplo, caso fosse usado como ferramenta de trabalho, atenderia ao aumento da produtividade e diminuição de despesas de comunicação, porém a ferramenta é muito popular, com um grande número de usuários cadastrados, o que leva ao uso particular. As empresas têm usado outros comunicadores, orientando o cadastro somente de funcionários, para restringir o uso particular desta ferramenta.
Tudo o que você escreve, usando os seus equipamentos fica documentado. Os mensageiros normalmente guardam histórico das conversas e, em qualquer perícia, estes históricos podem ser encontrados. Deve ficar claro que os equipamentos são da empresa e por isso ela tem o direito de inspecioná-los.

Use bem o seu celular
Nós sabemos que o uso de celular deveria aumentar a produtividade e resolver emergências, porém à vezes o empregado não tem bom senso. A seguir definimos algumas regras para uso corporativo:
1. Evitar o uso do celular para conversas particulares no ambiente de trabalho. Caso seja necessário atender um contato particular, seja breve e discreto.
2. É de bom tom, manter o volume do toque do celular o mais baixo possível para não incomodar os colegas de trabalho.
3. Ao sair da sala leve seu celular junto para que este não fique tocando e incomodando as pessoas que estão trabalhando.
4. Ao fazer uma visita, participar de almoços e reuniões ou assistir a palestras desligue o aparelho - ou deixe-o no modo vibra call. Se por acaso esquecer e ele tocar, peça desculpas e desligue-o, sem atender.

Pesquisado em textos da Internet

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

O Governo do Ceará e a TI Verde

A Secretaria do Planejamento e Gestão incluiu a Categoria que contempla Projetos de TI Verde, no Prêmio Ceará de Cidadania Eletrônica 2009.
Para Pablo Hess, editor da Linux Magazine “a TI verde é um conjunto de práticas para tornar mais sustentável e menos prejudicial o nosso uso da computação.”
Segundo a Empresa Intel, líder no mercado na fabricação de Microprocessadores, mais de um bilhão de computadores serão descartados no mundo entre 2005 e 2010. O grande desafio das empresas hoje é a redução dos impactos ambientais causados pela tecnologia. Segundo pesquisadores da Universidade Cidade de São Paulo “Os equipamentos de TI já são responsáveis por 2% das emissões de CO2 em todo mundo, o que corresponde à quantidade emitida por todos os aviões existentes”.
A Universidade Cidade de São Paulo já inclui no currículo da Graduação em Redes de Computadores uma disciplina para tratar do assunto. “Os nossos alunos terão a partir de agora um diferencial extremamente importante na luta por uma vaga de destaque no mercado de Tecnologia da Informação”, afirma a coordenadora dos Cursos de Graduação Tecnológica da área de Informática, professora Tatiana Vieco. “Durante as aulas, além de ter acesso a todas as informações referentes ao novo conceito, os alunos irão elaborar um projeto de redução de despesas para as empresas em que trabalham que poderá chegar até a 30% de todos os custos com TI”, explica o professor Anselmo Lucas.

O foco dos projetos de TI Verde é como administrar a tecnologia no interior das organizações de forma sustentável. Alguns projetos estão visando somente a economia com os investimentos em TI e outros, a própria sustentabilidade do planeta com a diminuição da emissão de CO2.
Como Gestores, Técnicos e Usuários de TI podem contribuir com a TI Verde?
Ao adquirir equipamentos opte pelos que gastam menos energia e emitem menos CO2 na atmosfera, criem projetos de reciclagem de computadores para fins de doação para Inclusão Digital, desenvolvam projetos de redução de uso do papel (GED), desenvolvam softwares para que o usuário tenha um melhor desempenho e você fará com que a máquina economize energia, tenham políticas para descarte de cartuchos, exerçam estas entre tantas outras práticas que beneficiarão o meio ambiente e reduzirão os investimentos em TI.

Antes de qualquer coisa, devemos mudar a nossa cultura e postura profissional, pense dez vezes antes de imprimir, verifique se o que vai ser impresso não pode ser transformado em palavras ditas ou arquivos enviados por meio eletrônico. Em seguida veja como a TI Verde pode ser contemplada no seu novo Projeto de TI

Aguardamos os Projetos que serão inscritos no Prêmio e esperamos ter boas surpresas.

Lícia Viana – 19/08/2009

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Campus Party Brasil 2009

Uma porta para o conhecimento digital

Campus Party é considerado o maior evento de inovação tecnológica e entretenimento eletrônico em rede do mundo. Um encontro anual realizado desde 1997 na Espanha, que reúne durante sete dias milhares de participantes com seus próprios computadores procedentes de diversos países, com a finalidade de compartilhar curiosidades, trocar experiências e realizar todo tipo de atividades relacionadas a tecnologia, a cultura digital e ao entretenimento em rede.

Campus Party Brasil

Pela Campus Party já passaram convidados de destaque como o astronauta Neil Armstrong, primeiro homem a pisar na Lua, em 1969, Eveline Herfkens, coordenadora geral da Campanha dos Objetivos do Milênio das Nações Unidas, Stephen Hawking, o grande físico britânico que, através de um vídeo, inaugurou a edição do evento no seu décimo aniversário.

Os participantes da Campus Party mudam-se com seus computadores, malas e barracas para dentro das instalações do evento. Lá encontram uma completa infra-estrutura de serviços, lazer, higiene, segurança, alimentação e, principalmente, tecnologia. Durante uma semana a Campus Party transforma-se na casa de todos.

Participam do evento estudantes, professores, cientistas, jornalistas, pesquisadores, artistas, empresários e curiosos. Todos buscam as últimas novidades tecnológicas, a troca livre de conteúdos e o compartilhamento de experiências ligadas ao mundo digital.

É um público composto por líderes de comunidades on line extremamente ativas na sociedade em rede, com enorme poder de formar opinião e criar tendências. Um público de vanguarda,
trendsetter, que antecipa o futuro da nova economia e os caminhos da tecnologia da informação.

Após 12 edições na Espanha a Campus Party iniciou em 2008 seu processo de internacionalização. E o Brasil foi o primeiro País escolhido para receber a maior festa mundial da internet. Também em 2008 foram realizadas edições do evento na Colômbia e em El Salvador, dentro da Cúpula Ibero-americana de Chefes de Estado. Em 2009 e evento pretende se expandir por diversos países da América Latina.


-Área 1: Arena, Lazer e Serviços - Área 2: Expo e Inclusão Digital


O evento é dividido em três grandes zonas:

  • - Área 1: Arena, Lazer e Serviços
  • - Área 2: Expo, Campus Futuro e Praça de Alimentação
  • - Área 3: Inclusão Digital

sábado, 13 de dezembro de 2008

Matéria Diário do Nordeste

Fortaleza, CE, 04 de dezembro de 2008
COLUNA
Flávio Paiva
Criativo como, cara pálida?
Desde que o Ministério da Cultura colocou em suas diretrizes estratégicas (2005) que
implantaria no Brasil a gestão de licenciamento de música através de “creative commons”, que
procuro descobrir o que significaria mesmo essa decisão tão contundente e apressada do Minc.
Em 2007, cheguei a uma primeira conclusão de que por trás de tudo isso há, na verdade, uma
guerra entre dois sistemas econômicos de exploração de conteúdos e que, nessa disputa, os
autores estão sendo ameaçados de desapropriação. Em artigo intitulado “O direito de autor no
mercado digital” (DN, 08/11/2007) escrevi que as obras autorais passaram a ser o pau-brasil,
a cana-de-açúcar, o ouro e a prata, enfim, o bem mais valioso da economia da era das
navegações virtuais.
Para legitimar a sua decisão o Minc criou alguns fóruns de debates e saiu pelo Brasil tentando
validar o que chama de “acesso à cultura e novas tecnologias” na “proteção da diversidade
cultural”. Mas nada de esclarecer qual é mesmo o propósito da ONG norte-americana Creative
Commons, que, sob um discurso humanitário de igualdade, lançou em 2002 um projeto
mundial de gestão de Direitos Autorais, baseado na indução dos autores a renunciarem
publicamente, no todo ou em parte, a direitos que lhes são conferidos por lei, em nome da
linha evolutiva da condição humana e do progresso contínuo das ciências e das artes. Como
não se sabe quem bancou a estruturação dessa entidade, fica no ar a desconfiança se ela não
poderia ser um instrumento “laranja” dos novos mercadores de conteúdos, tais como Microsoft,
Google e Yahoo, para obtenção gratuita de matéria-prima para seus negócios.
O discurso do CC se coaduna com as argumentações que levaram a Unesco, órgão das Nações
Unidas que trata da cultura no mundo, a partir dos interesses políticos e econômicos do G7
(Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá), a mudar de posição
com relação ao Direito de Autor, na Convenção da Diversidade Cultural (2005). Assim, em
benefício da livre concorrência, mas em nome da “função social” da propriedade intelectual, o
patrimônio imaterial dos povos deve ser regido por um marco jurídico focado no “acesso
eqüitativo às expressões culturais” e na “abertura às culturas do mundo”. Nada disso me é
estranho, pois na lógica mais primitiva do capitalismo toda produção só tem sentido se gerar
lucro, de preferência lucro fácil, sempre em cima dos elos mais fracos da cadeia sócioeconômica.
As leis que antes protegiam os autores passariam no novo cenário a proteger as corporações
que vendem conteúdos financiados por publicidade e cessão de cadastros de usuários, diante
da “ganância” dos autores que insistem em receber pelo seu trabalho. Resolver os problemas
de lucro pagando baixos salários e contratando mão-de-obra semi-escrava na periferia global é
um modelo incorporado ao estágio de irrealidade capitalista que estourou juntamente com a
bolha do sistema financeiro. O saque de ativos imateriais é um dos pontos de sobrevivência e
de crescimento do pós-neoliberalismo. Essa foi uma segunda conclusão a que cheguei, depois
de ler o livro “Direito Autoral – Paradoxos e Contribuições para a Revisão da Tecnologia Jurídica
no Século XXI” (Campus, já com data de 2009), da advogada e professora da PUC/SP,
Alessandra Tridente, que adquiri no dia em que fui assistir ao debate “Diversidade Cultural e
Direito Autoral”, no Seminário Internacional sobre Direito Autoral, realizado pelo Ministério da
Cultura de 26 a 28 de novembro, em Fortaleza.
O livro de Alessandra, por sua coerência com a defesa de desapropriação do Direito de Autor,
mais parece uma peça da vulgata das corporações transnacionais pela exploração a baixo
custo do mercado de conteúdos no mundo. Valendo-se da visão romântica de que a Internet e
as novas tecnologias digitais são por si democráticas, ela apresenta como paradoxos do D.A.,
uma série de simulações do jogo de simultaneidades na condução do seu propósito de
conservar os fundamentos ideológicos de um modelo econômico que está em crise. Pelo seu
raciocínio a compreensão de Direito de Autor deveria recuar ao período que antecede o
lançamento das bases humanistas no Ocidente (século XVIII) o que facilitaria os avanços
hegemônicos na atual transição de mercado, quando a idéia de produto passa a assumir o
conceito de serviço.
A gestão por processos colaborativos, mesmo quando arranhada pela melhoria do software de
código aberto, está no âmago do mercado de serviços de softwares e de transmissão de texto,
voz e vídeo na Internet. É dentro desse escopo que o senso estadunidense de que tudo é
mercadoria, criou o “Creative Commons”, como recurso de desapropriação de “bens que
qualquer pessoa tem o direito de utilizar sem precisar antes obter a permissão de ninguém”.
Não fosse com a intenção de liberar suprimentos gratuitos para o comércio de conteúdos, não
teria sentido esses ataques feitos aos Direitos de Autor, pois, não sendo com objetivo de lucro
nem de fortalecimento de imagem corporativa e institucional, isso já é um direito de todos. A
questão da oportunidade de acesso mútuo entre autores e usuários de cultura é um velho
problema que passa, aí sim, por truste, dumping e por outras práticas econômicas desleais.
Lançar mão do comportamento colaborativo do consumidor e sua atuação em redes sociais é
uma maneira inteligente das corporações fazerem crescer seus novos modelos de negócios,
reduzindo custos, inovando com baixo investimento, intensificando a produtividade sem pagar
salários e aumentando a lucratividade. Valem-se para isso de ações de advocacy e da força de
entidades multilaterais para conquistar as alterações que precisam promover em marcos
legais, de forma a reconfigurar a cadeia de valor, conforme os seus interesses. Em grau de
relevância, pode-se dizer que os processos colaborativos estão para a velocidade e para a
escala da evolução dos novos segmentos do mercado de conteúdos, como a linha de
montagem esteve para a indústria automobilística nas primeiras décadas do século XX.
Ao argumentar que a globalização tornou os direitos de propriedade intelectual um tópico
relevante do debate supranacional, Alessandra Tridente faz referências de cumplicidade e
admiração ao pensamento de Allan Greenspan, ao valorizar suas afirmações quanto ao
esclarecimento das normas de propriedade intelectual como o tema jurídico mais relevante dos
próximos 25 anos. Greenspan é o ex-diretor do FED, o banco central dos Estados Unidos, que
foi considerado, inclusive por ele mesmo, o principal responsável pelo relaxamento excessivo
do controle do sistema financeiro, que permitiu a criação da bolha de dinheiro magnético que,
ao explodir, provocou a implosão do neoliberalismo.
Embora sem fazer uma clara distinção entre Propriedade Intelectual e Direito de Autor,
Alessandra apresenta bons argumentos quanto enxerga diferença entre a produção intelectual
funcional, como os bens de informática, da criação de caráter estético, como as obras artísticas
e literárias. Esse me parece ser o ponto-chave do debate. Programas de computadores, criação
de softwares, esquematização de processos e bancos de dados, estariam, e eu concordo com a
autora, mais coerentes na discussão de Propriedade Intelectual aplicada ao direito industrial e
tecnológico. O Direito de Autor deveria realmente ser restrito a arte e a literatura por não,
necessariamente, precisar ter vínculos com o mercado para cumprir a sua função (continua na
próxima quinta-feira).
www.diariodonordeste.com.br
flaviopaiva@fortalnet.com.br

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Software Livre

Visitem o Portal de Software Livre do Governo do Estado do Ceará - http://softwarelivre.ce.gov.br

terça-feira, 14 de outubro de 2008